
O filme é muito bom, muito bom, mesmo!... Apesar de pensar que a sua duração podia e deveria ser inferior. Mas o que mais gostei neste filme é a veracidade da narrativa e a estética documental.
É um filme ético e impregnado de um panteísmo delicioso. Tem algo que me recorda “Onde Bate o Sol” de Joaquim Pinto e de “Agosto” de Jorge Silva Melo, só que mais conseguido. Parece inclusive um ‘remake’ de uma qualquer obra-prima neo-realista.
Para quem como eu nasceu e viveu até ao fim da adolescência na província, não pode se não rever-se naquelas cenas e recordar o passado próximo. Mais, no meu caso, é ainda algo mais, esta é uma história (um filme) que gostaria de realizar. Não idêntico, mas parecido. Pessoalmente, as cenas de baile tê-las-ia filmado em travelling, planos longos e picados, com uma montagem mais “à la Tarantino”…
Ressalvo duas cenas lindíssimas: a do beijo sobre a ponte com os bombos a passar, muito bem conseguida, em que o som dos tambores se sobrepõe ao rumor que podemos imaginar daqueles dois corações palpitantes; e o passeio de moto do mesmo par amorosos pelas estradas de Arganil (a recordar-me as sequências de Moretti na Vespa em ‘Caro Diario’).
Mais haveria para dizer, e tentarei fazê-lo logo que possível. Para já só estas linhas, neste meu regresso à blogosfera.
1 comentário:
Também vi o vilme e também gostei muito. Uma lufada de ar fresco na cinematografia nacional! Aliás, como é de esperar, dei a minha opinião em dois post meus
http://umaespeciedemim.blogspot.com/2008/09/realidade-um-lugar-estranho.html
e
http://umaespeciedemim.blogspot.com/2008/10/o-candidato-candidato.html
Resta acrescentar que este filme é o candidato português a uma nomeação para os óscares, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, se bem que a concorrência é apertada, principalmente com os filmes candidatos do Brasil, França e Itália...
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