terça-feira, 10 de março de 2009

Tibete, 50 anos depois... a hipocrisia do Direito Internacional


10-03-1959 / 10-03-2009

Não pretendo escrever sobre o que todos os seres humanos de Boa Vontade sabem e sentem. Apenas esperar que a vergonhosa acção de violação dos Direitos Humanos venha a ser condenada no Tribunal de Haia. Mais logo, uma vela e uma oração de apoio à luta de S. Santidade, o Dalai Lama.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Contra a ignorância...



"Contra a ignorância até os deuses lutam em vão" (Goethe)

A longa viagem do ser humano em busca de melhores condições de vida
Desde sempre o Homem migrou. Aliás, a génese da civilização humana deriva da mobilidade do ser humano. Acreditando na versão bíblica da criação do Mundo (como penso o fará a grande maioria dos simpatizantes do PNR e de todos os partidos e/ou movimentos de extrema-direita por essa Europa fora) não é difícil imaginarmos os descendentes de Adão e Eva em migração por essa Terra fora em busca de novos territórios e melhores condições de vida!
Enfim, é tão ínsito ao ser humano o adaptar-se e resignar-se à situação e condições em que vive quanto partir à descoberta de novos mundos (não foi isso que os Heróis Nacionais [tão caros ao imaginário Nacionalista] fizeram ao partirem da nossa costa em naves por vezes periclitantes desafiando o destino?).
Não saíndo do imaginário nacionalista, será curioso saber o que pensam certos defensores da Pátria quanto ao facto de o nosso primeiro rei, ser ele próprio um emigrante, pois vinha da Borgonha!
Sem necessidade de nos reportarmos a tempos imemoriais, onde as migrações das populações estão por demais atestadas cientificamente, podemos fixar-nos nos dois séculos passados para verificar que o Homem sempre imigrou.
A partir do nosso país houve vários surtos migratórios: para o Brasil, Venezuela e Argentina, para o Canadá e Estados Unidos e durante o salazarismo emigrou-se sobretudo para França, Alemanha e Luxemburgo. Mais recentemente, já depois de Abril, portugueses houve e há que partem para Inglaterra ou então para a vizinha Espanha.
Se hoje somos uma país acolhedor de imigrantes, temos sido, fomos, um país de emigrantes; daí sabermos pela história contemporânea e muitas vezes através de relatos directos de familiares o que foi a emigração, o que é a condição de imigrante.
É pois importante que Portugal se empenhe para que toda e qualquer pessoa, desde o primeiro momento em que se encontra em território português possa usufruir dos direitos fundamentais, sem distinção de sexo, etnia, religião, condiçãos social. Ao mesmo tempo, toda a pessoa que viva em Portugal deve respeitar os valores em que se baseia a sociedade, os direitos dos outros, os deveres de solidariedade exigidos pela lei.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

À propos de… “Aquele Querido Mês de Agosto”

Devo confessar que fui ver o filme com algumas ‘precauções’, seja pelas entrevistas que tinha lido com o realizador, seja por um certo “embandeirar” de alguns críticos que me merecem uma certa reserva ‘mental’! No final da sessão o saldo foi bastante positivo.
O filme é muito bom, muito bom, mesmo!... Apesar de pensar que a sua duração podia e deveria ser inferior. Mas o que mais gostei neste filme é a veracidade da narrativa e a estética documental.
É um filme ético e impregnado de um panteísmo delicioso. Tem algo que me recorda “Onde Bate o Sol” de Joaquim Pinto e de “Agosto” de Jorge Silva Melo, só que mais conseguido. Parece inclusive um ‘remake’ de uma qualquer obra-prima neo-realista.
Para quem como eu nasceu e viveu até ao fim da adolescência na província, não pode se não rever-se naquelas cenas e recordar o passado próximo. Mais, no meu caso, é ainda algo mais, esta é uma história (um filme) que gostaria de realizar. Não idêntico, mas parecido. Pessoalmente, as cenas de baile tê-las-ia filmado em travelling, planos longos e picados, com uma montagem mais “à la Tarantino”…
Ressalvo duas cenas lindíssimas: a do beijo sobre a ponte com os bombos a passar, muito bem conseguida, em que o som dos tambores se sobrepõe ao rumor que podemos imaginar daqueles dois corações palpitantes; e o passeio de moto do mesmo par amorosos pelas estradas de Arganil (a recordar-me as sequências de Moretti na Vespa em ‘Caro Diario’).
Mais haveria para dizer, e tentarei fazê-lo logo que possível. Para já só estas linhas, neste meu regresso à blogosfera.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Viva Zapatero!

Há várias razões para desejar que J. L. Zapatero continue à frente do governo espanhol, mas para já refiro apenas uma: a magnífica política de defesa dos direitos civis e inclusão da diversidade.
Há uma Espanha conservadora, pelos vistos incomodada com essa ousadia e acena com o 'index' da destruição da família tradicional. Mas faz bem Zapatero em não pedir desculpas por ter tomado tais medidas.

Espero que as mesmas contribuam para mitigar e ir diluindo essa estratificação classista que ainda existe (pelo menos tem sido essa a minha impressão sempre que visito Espanha) na sociedade.

Contrariando o ditado, e deixando de lado os casamentos, que de lá continuem a vir bons ventos!!!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Finalmente, a Liberdade... ou Ar Puro...



No passado dia 7 de Janeiro regressei a Lisboa e encontrei um país diferente. Neste caso para melhor. Entrando ao final da tarde num centro comercial para me dirigir ao supermercado aí instalado, pude finalmente percorrer os corredores e sentir os odores provenientes das diversas lojas aí instaladas. Não aquele odor nauseabundo a tabaco.
Senti alegria idêntica à que tive quando a idade me permitiu perceber o significado e valor do 25 de Abril. Noção de que afinal é possível ver satisfeito um dos mais elementares direitos constitucionais (direito esse também individual e de personalidade) consagrado e aplicado - o direito à saúde! E ver que o direito a fumar continua protegido (pois, como jurista, considero e advogo que são direitos iguais, apenas e elementarmente a defesa de um implica a abstenção de outro, na medida singela e humilde que o não fumador não prejudica o fumador e o contrário não é exacto, pelo que a Lei e a Educação Cívica apenas têm que tutelar o direito do não fumador - óbvio e lapalissiano!!!). Os fumadores não foram proibidos de fumar; apenas se inverteu a ordem natural das coisas e se legislou para dar assertividade e coerência ao que sempre deveria ter sido a legalidade: fumar é uma excepção e não a regra.
Não posso deixar de transcrever um excerto de um artigo de opinião que sintetiza na perfeição aquilo que penso relativamente a algumas externações histéricas (também por vezes hipócritas e egoístas) que tenho lido e ouvido:
"Nunca tive tanta noção de o tabaco ser uma droga como nos últimos 15 dias, após ler textos alucinados por parte de colunistas habitualmente respeitáveis como Vasco Pulido Valente ou Miguel Sousa Tavares. O que eles têm escrito sobre a nova lei do tabaco, deitando mão a comparações que deviam envergonhar qualquer pessoa que tenha lido dois livros de História, é de tal modo inconcebível que só se explica pela carência de nicotina. Eles fingem que um café inundado de fumo é coisa que não incomoda ninguém. Eles chamam fascismo a uma decisão que chateia dois milhões de portugueses e protege oito milhões. E Sousa Tavares conseguiu mesmo a proeza de afirmar no Expresso, sem corar de vergonha, que a lei faz "lembrar, irresistivelmente, os primeiros decretos anti-judeus da Alemanha nazi". Ora, isto não é texto de um colunista prestigiado - isto é conversa de um junkie a quem o dealer cortou na dose. Faço, pois, votos que os fumadores descompensados acabem de ressacar rapidamente, para o bom senso regressar e nós podermos voltar a lê-los com gosto.
in ‘CAPITALISTAS MEDROSOS E FUMADORES RESSACADOS’, de João Miguel Tavares (jornalista), Diário de Notícias, “Opinião”.'

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

ASAE esclarece “mitos” sobre as suas fiscalizações









Este post é dedicado a todos os Senadores e Novos Pensadores Liberais da Nação Lusa, e não necessita de desenvolvimento. Comenta-se a si próprio, por intermédio do comunicado em anexo.

Breve resumo:
ASAE esclarece “mitos” sobre as suas fiscalizações
Não se pode vender bolas de Berlim na praia nem cozinhar com colheres de pau. É proibido aproveitar o pão duro para fazer açorda ou utilizar facas com cores diferentes para cada alimento. Estes são alguns dos "mitos" criados nas últimas semanas sobre a actuação da ASAE que obrigaram hoje o Gabinete do Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor a emitir um comunicado onde se clarificam algumas regras.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Mau Tempo no Canal...

Contra a ignorãncia até os Deuses lutam em vão... (Goethe)

A incapacidade nacional para fazer frente, ou melhor, aceitar e viver os ciclos metereológicos leva-me a ficar um pouco fora de mim... Neste país agora decidiu-se instituir os alertas amarelos e vermelhos para tudo. É bom e óptimo que a Proteccção Civil avise o "povo" da previsão metereológica, mas só uma abstenção psiquiátrica e imbecil pode justificar esta anomalia 'tuga'...
Quando era criança, vivia no interior do país, perto da serra de Estrela, e aí sim sentiam-se intempéries, frio, chuva e neve! Hoje em dia parece que a 'sociedade civil' se demitiu de pensar e prevenir os ciclos naturais da existência humana. Então, as pessoas preveniam-se. Ou melhor actuavam de acordo com um ritmo biológico 'normal' de instinto de vida (nem sequer digo de adaptação ou sobrevivência!) - limpavam as sarjetas, apanhavam as folhas outonais, enchiam as despensas de lenha, etc... Coisas naturais. Agora, parece que a imbecilidade tomou conta dos habitantes: "aqueles gajos da Câmara não limpam nada", "os bombeiros não vêm limpar as sarjetas", etc, etc... e ao mesmo tempo continuam a despejar o cinzeiro do carro para a rua, as piriscas dos cigarros ficam em todo o lado, os tapetes, passadeiras e toalhas são sacudidos da janela para a rua com a mesma displicência com que o homo sapiens cuspia para o chão... Constrói-se em cima dos leitos das ribeiras, desviam-se os cursos naturais de água e depois a 'animalândia' fica surpreendida com as cheias, as quedas de árvores, os choques em cadeia nas estradas (provocados geralmente por Schumachers que não distinguem piso molhado de piso seco), enfim... este povo anda narcotizado, completamente imbecilizado, sem reacção motório-psiquíca adequada, e depois vêm esses Senadores e Novos Pensadores Liberais a insurgir-se contra as novas regras de Protecção do Consumidor e a acção sensibilizadora e profilática da ASAE... Tenham mas é juízo, e deixem de pensar com o umbigo. Vejam a miséria mental dos nativos que vos/nos circundam... (2 exemplos: a colocação de aquecedores atrás das portas de entrada das assoalhadas em condomínios acabados de construír; e a opção por um bem móvel (novo carro ou plasma último grito) em vez de investir num sistema de aquecimento)... Peçam é que se curem as incapacidades mentais do 'povo' e depois então exijam menos e melhor intervenção do Estado.