quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Luto




Esta semana começou com o desparecimento de dois grandes cineastas. Primeiro Bergman e depois Antonioni. Enfim, sabiamo-los inactivos, mas a esperança é sempre a última coisa a morrer... Quero imaginá-los em paz, a um numa daquelas ilhas suecas e a outro disperso na neblina de Ferrara.

De Bergman recordo um certo asceticismo. Recupero algumas imagens desordenadas de filmes seus na RTP2 dos anos 80, mas o enamoramento recua ao visionamento de "Mónica e o desejo" e "Uma lição de Amor" na Barata Salgueiro (Cinemateca). Decorria um ciclo - não lembro se de Bergman ou pour cause de lui ou de um dos seus actores... foram dias de um enlevo indescritível. Espero poder repeti-lo brevemente.
Com Antonioni, o Amor resulta da "escola de cinefilia" acessível sempre via Cinemateca. O porteur do modernismo ao cinema, o arquitecto da sétima arte, enfim todas as conhecidas e citadas designações, chegou-me nessas sessões das seis e meia de boa memória na velha sala de maples brancos. O "Aventura" e o "Eclipse", entre outros, penso que ainda no Estúdio 444 o "Identificazione di una donna", mas desse 'primo approccio" o filme que mais me intrigou e baralhou foi o "O Deserto Vermelho". Tangente e incisivo (a necessitar de uma revisão de "aggiornamento")...


Acabo esta primeira postagem relativa a estes dois maestros, com uma citação do próprio Antonioni: 'Penso che gli uomini di cinema debbano sempre essere legati, come ispirazione, al loro tempo. Non tanto per esprimerlo nei suoi eventi più crudi e più tragici, quanto per raccoglierne le risonanze dentro di sé.'




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