
PARA SEMPRE
Não te pedi mais
que o vento
à noite
nas dunas
onde a lua
reflectia nos teus seios...
A cama estava junto à parede
como naquele filme de Bergman.
Todas as tardes puxávamos as palhinhas
do estore. Ao acordar
a primeira imagem
eram uns fios de sol
entre as tuas pernas
que tornavam a tua púbis ruiva...
No mar
gostava de sentir os teus lábios salgados,
correr atrás de ti
e ficar com os músculos das pernas doridos.
Depois já na toalha
ficar entregue à tua volúpia
exausto, flutuando de pazer...
Por esses dias
soube da felicidade
como se de uma revelação se tratasse.
Quando te foste
queimei a cabana
e fiquei imóvel a vê-la arder.
Agora volto aqui todos os anos
nas férias e fico sentado a olhar...
13 dezembro 90
(Federico Visconti)
2 comentários:
FBR:
Gosto da dinâmica - apesar das razões (tristes porque em luto) - do teu novo E La Nave Va... Força com isto e um grande, grande abraço!
António:
Obrigado pelas tuas palavras de entusiasmo.
Esforçar-me-ei...!
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