domingo, 5 de agosto de 2007

A propósito de Bergman




PARA SEMPRE

Não te pedi mais
que o vento
à noite
nas dunas
onde a lua
reflectia nos teus seios...

A cama estava junto à parede
como naquele filme de Bergman.
Todas as tardes puxávamos as palhinhas
do estore. Ao acordar
a primeira imagem
eram uns fios de sol
entre as tuas pernas
que tornavam a tua púbis ruiva...

No mar
gostava de sentir os teus lábios salgados,
correr atrás de ti
e ficar com os músculos das pernas doridos.
Depois já na toalha
ficar entregue à tua volúpia
exausto, flutuando de pazer...

Por esses dias
soube da felicidade
como se de uma revelação se tratasse.
Quando te foste
queimei a cabana
e fiquei imóvel a vê-la arder.
Agora volto aqui todos os anos
nas férias e fico sentado a olhar...

13 dezembro 90
(Federico Visconti)

2 comentários:

António Pires disse...

FBR:

Gosto da dinâmica - apesar das razões (tristes porque em luto) - do teu novo E La Nave Va... Força com isto e um grande, grande abraço!

FBR disse...

António:
Obrigado pelas tuas palavras de entusiasmo.
Esforçar-me-ei...!